O assassinato do prefeito Neném Borges, em abril deste ano, foi motivado pelo apoio do político às forças policiais do estado no combate a uma facção criminosa que atua no município de São José do Campestre, no Agreste potiguar. A informação foi divulgada pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte nesta terça-feira (26).
A Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra o suspeito, que segue foragido. A identidade dele não foi divulgada, segundo a polícia, porque o processo segue em segredo de justiça.
Segundo a polícia, o autor do crime é chefe local uma facção criminosa interestadual e teria decidido matar o prefeito por causa do apoio institucional de Neném Borges às ações policiais na cidade.
Segundo o delegado, foram colhidos depoimentos que apontam que o criminoso já havia falado que iria matar o prefeito.
“O que apuramos de forma técnica, o que foi demonstrado nos autos, é que ele criou uma rixa pessoal com o prefeito Neném Borges, porque o prefeito demonstrava publicamente que apoiava as forças de segurança e sempre se colocou à disposição para que possíveis estruturas da prefeitura fossem utilizadas para o enfrentamento do crime organizado”, completou.
Ainda de acordo com os investigadores, o suspeito já respondeu por vários crimes e agiu com “profissionalismo” na execução, pelo que pôde ser observado nas imagens gravadas por câmeras de segurança instaladas na casa do prefeito.
“O indivíduo estava completamente coberto, não aparece nenhuma parte do corpo dele. Ele estava utilizando luvas cirúrgicas. Ele não toca na maçaneta, mesmo estando de luva. Ou seja, é uma pessoa extremamente experiente, que tomou todas as medidas possíveis”, afirmou o delegado.
O crime
O prefeito de São José do Campestre, cidade distante cerca de 100 km de Natal, foi morto a tiros dentro de casa, no fim da noite de uma terça-feira, no dia 18 de abril de 2023.
Joseilson Borges da Costa, de 43 anos, mais conhecido como Nenem Borges, levou três tiros no rosto.
Segundo a polícia, o crime aconteceu por volta das 23h. O autor do crime teria pulado o muro de uma escola abandonada, passou por um beco e entrou na casa do prefeito pelo portão, que estava aberto. Neném Borges estava deitado no sofá de casa.
Outros familiares também estavam no imóvel, mas não foram atingidos pelos tiros. O criminoso conseguiu fugir. Segundo a polícia, as balas usadas no crime foram de calibre 38.