Um trabalhador inocente foi preso injustamente no Rio Grande do Norte depois que seu documento foi usado por um assaltante na Paraíba. A vítima, Samuel Freire do Nascimento, morador de Goianinha e funcionário de uma usina de açúcar, foi detido por engano em Nova Cruz, em maio.
O drama começou quando Samuel participou de uma entrevista de emprego fora do estado e foi dispensado sem explicações claras. Dias depois, um amigo descobriu o motivo: ele estava sendo procurado pela polícia.
“Ele mandou mensagem dizendo que a empresa não me contratou não por falta de vagas, mas porque havia um mandado de prisão em meu nome. Eu poderia ser preso a qualquer momento. Bateu o desespero”, relatou Samuel à TV Ponta Negra.
Ele então se apresentou na Delegacia de Nova Cruz para esclarecer a situação, mas a polícia cumpriu o mandado. Samuel ficou detido por 48 horas até que a verdade começasse a surgir.
Com a investigação da Polícia Civil e a atuação da Defensoria Pública, descobriu-se que o verdadeiro criminoso havia usado os dados de Samuel quando foi preso. O assaltante chegou a ser detido, mas fugiu da cadeia — e, a partir daí, a polícia passou a procurar Samuel, sem saber que ele era inocente.
O defensor público Alexander Diniz da Mota Silveira destacou a importância da escuta atenta e da análise detalhada para reverter o caso: “A polícia teve sensibilidade para ouvir a pessoa que se apresentou, verificou os registros da execução penal e viu que o procurado […] não tinha semelhança com quem estava na delegacia”.
Uma foto do criminoso real, que tinha uma tatuagem característica, ajudou a comprovar a inocência de Samuel. O caso também exigiu articulação com a Defensoria Pública da Paraíba, já que o processo mais recente contra o verdadeiro autor do crime havia sido registrado lá.
Agora em liberdade, Samuel tenta retomar a vida enquanto o sistema de justiça investiga se há outros processos em que sua identidade possa ter sido usada indevidamente.