Mutirão oferece rastreamento gratuito da escoliose no RN

Entre os dias 6 e 11 de outubro, o Rio Grande do Norte participará do Mutirão Nacional de Rastreamento da Escoliose, promovido pela Sociedade Brasileira de Escoliose (SBE). A condição atinge de 1,5% a 4,8% dos adolescentes brasileiros, segundo estudos nacionais, e pode gerar complicações estéticas, funcionais e até respiratórias se não for tratada precocemente. A iniciativa terá como público-alvo crianças e adolescentes de 10 a 16 anos e será conduzida pelo fisioterapeuta Pablo Santiago, representante da entidade no estado. As vagas serão preenchidas mediante agendamento prévio.

A escoliose é caracterizada por uma curvatura anormal da coluna vertebral em formato de ‘C’ ou ‘S’. O tipo mais comum é a idiopática, sem causa definida, geralmente identificada na adolescência. Também existem a congênita, relacionada a anomalias vertebrais desde o nascimento, e a neuromuscular, associada a doenças como a paralisia cerebral.

Segundo Pablo, os principais sinais de alerta que podem indicar a escoliose incluem ombros desalinhados, desnível na cintura ou nos quadris, escápula mais saliente em um dos lados e inclinação do tronco perceptível de frente ou de costas. “Um método simples que pode ser feito em casa é o Teste de Adams, no qual a criança deve inclinar o tronco para frente. Caso seja observada uma saliência em apenas um lado das costas, é preciso buscar avaliação especializada”, explica. De acordo com o fisioterapeuta, a atenção precoce aumenta as chances de controle, muitas vezes sem necessidade de cirurgia.

Os tratamentos mais recomendados atualmente são os exercícios fisioterapêuticos específicos para escoliose, como as técnicas Schroth, da Alemanha, e SEAS, da Itália, ambas reconhecidas internacionalmente. “Essas técnicas têm comprovação científica e ajudam a controlar a progressão da curva e melhorar a postura. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de colete ortopédico, associado aos exercícios. Já a cirurgia é reservada para situações graves, em curvas de 45° a 50° em adolescentes ou 50° a 55° em adultos”, afirma Pablo Santiago.

A cirurgia, quando indicada, busca corrigir e estabilizar a coluna, geralmente por meio da artrodese, que utiliza hastes e parafusos para alinhar a curvatura. Apesar de necessária em casos severos, a intervenção pode ser evitada com acompanhamento precoce e tratamentos conservadores. O rastreamento em massa de crianças e adolescentes é considerado uma das estratégias mais eficazes para diminuir o número de cirurgias e permitir melhor qualidade de vida aos pacientes.

Para o especialista, o mutirão vai desempenhar um papel relevante nessa prevenção. “A detecção antecipada reduz significativamente o risco de complicações estéticas e funcionais, além de diminuir a necessidade de intervenções mais invasivas no futuro. Essas ações não apenas promovem qualidade de vida, mas também fortalecem a importância da prevenção e do cuidado contínuo com a saúde da coluna”, afirma Pablo Santiago.

A expectativa é que o mutirão em outubro se torne uma referência na identificação precoce da doença, ampliando a discussão sobre diagnóstico e tratamento adequado também no Rio Grande do Norte. A participação no mutirão será mediante agendamento prévio pelo WhatsApp (84) 9 9970-7858, com vagas limitadas ao público que procurar o serviço.

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