Ganhador de Grammy, João Gomes homenageou Nordeste com roupa produzida por bordadeiras do Seridó

Os bordados de Timbaúba dos Batistas, na região Seridó do Rio Grande do Norte, voltaram a chamar atenção do mundo no palco da 26ª edição do Grammy Latino nesta quinta-feira (13), em Las Vegas, Estados Unidos.

Vencedor da categoria Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa com o projeto “Dominguinho”, junto com Mestrinho e Jota.pê, o cantor pernambucano João Gomes usou uma roupa com artes produzidas pelas bordadeiras do sertão em parceria com a estilista Helô Rocha, Pedro Sales e a marca Riachuelo.

Os bordados estavam espalhados pelo conjunto de linho feito sob medida para o artista, em referência direta às origens sertanejas do cantor.

“O look dele foi criado com vários estilos de bordado, somando vários pontos de várias peças de vestido, camisa, almofadas, shorts. É uma criação bordada por muitas mãos na oficina de bordado da Casa das Bordadeiras. Existe também uma combinação de pontos clássicos e rústicos. Quisemos mostrar que a soma de pontos do bordado é harmônica e pode formar uma peça unica”, conta Salmira Clemente, presidente da Associação das Bordadeiras do município, fundada em 1984.

De acordo com Salmira, a chegada do trabalho artístico das bordadeiras a um palco mundial foi muito comemorado pelas artesãs.

“É muito importante dar visibilidade ao nosso bordado. As bordadeiras da nossa cidade se destacam com o melhor bordado, pela qualidade e o acabamento final. Isso atrai novos turistas, surgem novas encomendas”, celebrou.

Para a bordadeira Valdileide Dantas, ter uma peça exposta em um evento como o Grammy é uma prova de que o trabalho artesanal, feito com talento e histórias nas mãos, “tem força para atravessar fronteiras”.

“Ver esse trabalho ganhar visibilidade internacional é motivo de orgulho, celebração e inspiração para seguirmos adiante”, diz.

A Casa das Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas reúne cerca de 300 profissionais e mantém viva a tradição do bordado na região. As artes das artesãs já estiveram em evidência várias vezes, como no uniforme usado pelos atletas brasieiros na abertura das Olimpíadas em 2024.

As bordadeiras também trabalharam no vestido usado pela primeira-dama do país, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, no casamento com Luis Inácio Lula da Silva (PT), bem como na roupa usada por ela na posse do presidente no atual mandato.

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