Entre 1985 e 2024, o Pantanal foi o bioma brasileiro mais afetado pelo fogo, com 62% de seu território atingido, segundo o Relatório Anual do Fogo do MapBiomas. A área queimada equivale a 9,3 milhões de hectares, o que corresponde a cerca de 90 mil campos de futebol. Do total da área queimada no Pantanal, 93% correspondem a vegetação nativa. O Pantanal também concentra a maior proporção de áreas queimadas com mais de 100 mil hectares. Segundo o relatório, 19,6% dessas grandes extensões foram atingidas pelo fogo.
O fogo faz parte do ecossistema do bioma, que passa anualmente por dois períodos distintos: o do fogo e o da água. No entanto, especialistas alertam que as mudanças climáticas e a ação humana têm intensificado as queimadas nos últimos anos.
Áreas queimadas e desafio de regeneração
De acordo com Eduardo Reis Rosa, coordenador de mapeamento do Pantanal no MapBiomas, as grandes queimadas ocorrem principalmente quando as áreas alagadas secam — um processo natural do bioma.
“Dentre essas vegetações nativas, a gente tem áreas de campos naturais e campos alagados. Quando o campo alagado seca, ele também fica suscetível ao fogo e pega muito fogo. Por isso que a gente tem grandes extensões de fogos em relação à área atingida. As áreas de pastagem, elas só correspondem a 4% dessa área total queimada. Então, principalmente áreas de vegetação nativa [pegam fogo], o que é preocupante”, avalia.
Um dos principais desafios, segundo o coordenador, é regenerar a vegetação do Pantanal, já que os incêndios se repetem ano após ano. “Então, hoje no bioma um dos grandes desafios é fazer com que essas áreas se regenerem. E aí o ser humano precisa entrar com ações efetivas em campo para fazer com que essas áreas consigam se regenerar”, diz Eduardo.